SURGIMENTO EM 1938
A arte de voar fascina o ser humano desde os primórdios, quando o ilustre criador Alberto Santos Dumont, em 23 de outubro de 1906, voou com o 14 Bis a uma altura de dois a três metros, por cerca de 60 metros de distância, no Campo de Bagatelle, em Paris. Esse voo foi o primeiro realizado por um aparelho mais pesado que o ar e, possivelmente, a primeira demonstração pública de um veículo levantando voo por seus próprios meios, sem a necessidade de uma rampa para lançamento.
Fascinados pelo mesmo sonho antigo da aviação, aqui em Juiz de Fora, um grupo de juizforanos resolveu se reunir em busca da criação de um clube de fomento ao tema. No glorioso dia 26 de fevereiro de 1938, nos salões do Clube Juiz de Fora, os interessados se reuniram com a proposta conjunta de criar e dar vida à ideia do Aeroclube de Juiz de Fora.
Para oficializar aquela iniciativa tão importante, o grupo resolveu publicar um edital no jornal Diário Mercantil, convocando para o dia 5 de março daquele mesmo ano a primeira Assembleia Geral de constituição definitiva do Aeroclube de Juiz de Fora. E nos salões do Clube Juiz de Fora, a assembleia aprovou o Estatuto que deu vida jurídica ao novo aeroclube da cidade. Funcionários antigos contam que a primeira sede do Aeroclube de Juiz de Fora localizava-se no Edifício Juiz de Fora, no encontro da Rua Halfeld com a Avenida Barão do Rio Branco.

PRIMEIRA AERONAVE
Após dois anos de organização e funcionamento, o Aeroclube de Juiz de Fora recebeu, com muita pompa, sua primeira aeronave da história: um Porter Field Americano – PP-GAN – cedido pela Aeronáutica Civil, de fabricação estadunidense. Recebido com festas, o estreante levou ânimo para os dirigentes, atraindo ainda mais interessados para o voo. A aeronave voou até 1968.

Os primeiros passos foram dados rumo ao crescimento do Aeroclube que se seguiu vertiginoso nos próximos anos, caracterizando-se, sempre, como um dos aeroclubes de vanguarda do país, incluindo o recebimento de novas aeronaves com o passar dos anos.

Inicialmente, o Aeroclube de Juiz de Fora operou no Campo de Benfica, localizado onde há o Colégio Militar do Exército, no Bairro Nova Era, nos dias de hoje. Além da instrução aérea, a área também foi utilizada para pouso e abastecimento de aviões militares em treinamento.


EVENTOS AÉREOS
Imagens da época comprovam que o Aeroclube de Juiz de Fora era cenário, e é até hoje, para grandes eventos aéreos. Em especial, podemos citar os eventos relacionados a campeonatos aéreos entre os integrantes da instituição e de outros pilotos oriundos de aeroclubes de todo o país, a apresentações da Esquadrilha da Fumaça e de outros pilotos civis que, também, mostravam suas habilidades em manobras aéreas, além de paraquedismo e outras atrações correlacionadas.


PRIMEIROS AVIADORES









INAUGURAÇÃO AEROPORTO DA SERRINHA
Em 17 de dezembro de 1958, o Aeroporto de Juiz de Fora foi inaugurado com a presença do então Presidente da República, Juscelino Kubitschek, além de vários representantes ilustres da cidade, como o Prefeito Adhemar Rezende de Andrade, e da população em geral. Na época, Juiz de Fora possuía 150 mil habitantes.
O Aeroporto foi transferido do Bairro Nova Era (Remonta), onde se localiza, hoje, o Colégio Militar do Exército, para o Bairro Aeroporto, antigamente chamado de Bairro Dom Bosco. A pista 21 do Aeroporto de Juiz de Fora, antes da sua ampliação, ganhou mais 220 metros.
O Aeroclube de Juiz de Fora ainda permaneceu no bairro Nova Era e foi transferido para o Aeroporto da Serrinha em 1975, com sua frota formada por 15 aeronaves, sendo 13 aviões e 2 planadores.


AEROCLUBE DE JUIZ DE FORA AINDA SE MANTINHA NO BAIRRO NOVA ERA





segunda foto: 1960 – Foto mostrando um avião planador do Aeroclube de Juiz de Fora no bairro Nova Era. Júlio Rodrigues de Magalhães, nessa ocasião, instrutor de Planador, Carmen Dora Crown Guimarães (Carmita), campeã em horas de voo de planador (acervo Simón Eugénio Sáenz Arévalo).
terceira foto: 1960 – Avião monomotor rebocando uma aeronave planador (sem motor) na pista de pouso e decolagem do Aeroclube de Juiz de Fora no bairro Nova Era (acervo Mauricio Lima Correa).
quarta foto: 1960 – Entrada principal de acesso ao Aeroclube de Juiz de Fora que se localizava próxima ao R.O. Regimento de Obuses, atualmente quarto G.A.G., quarto de Artilharia e Campanha, no bairro Nova Era. Pode-se ver o mastro cerimonial com a bandeira nacional e um local reservado para visão panorâmica
última foto: 1960 – Foto demonstra solenidade no Aeroclube de Juiz de Fora no bairro Nova Era.
ADAIL DE OLIVEIRA
Natural de Juiz de Fora, Adail de Oliveira foi levado com 2 anos de idade para o Rio de Janeiro, onde permaneceu por 11 anos. Aos 14 anos, retornou para Juiz de Fora, onde começou a se interessar por jornalismo e a frequentar a gráfica do pai, Jesus de Oliveira, fundador do jornal “O Lince”.
Em 1939, Adail começou a trabalhar no “O Lince” e logo se tornou diretor e editor do Jornal dando continuidade ao trabalho do pai. Além de jornalista, Adail de Oliveira foi piloto de avião por mais de quarenta anos e escreveu diversas obras literárias, dentre elas o livro “Meus 40 anos de aviação” e “O Avião – Em Juiz de Fora E Acolá”. Ele trabalhou como instrutor por muitos anos no Aeroclube de Juiz de Fora, foi responsável por deixar um grande acervo histórico para o Aeroclube e a Sala da Biblioteca do Aeroclube recebe seu nome como homenagem de sua importância para a história da instituição.










TREINAMENTO MILITARES









AEROCLUBE DE JUIZ DE FORA CHEGA AO AEROPORTO DA SERRINHA (1975)

Momento histórico de 1977
Um momento que marcou a história do Aeroclube de Juiz de Fora foi registrado com as fotos das aeronaves sobrevoando a Parada de 7 de setembro na cidade. Era tradição, na época, os desfiles de comemoração da Independência do Brasil receber a revoada de aviões do Aeroclube de Juiz de Fora. Nas imagens bastante conhecidas pelos juiz-foranos, foi permitido o voo mais baixo de duas aeronaves PT-19 do Aeroclube de Juiz de Fora sobre a Avenida Rio Branco no ano de 1977.


Neste ano, o general que comandava a 4ª Região Militar pediu ao presidente do Aeroclube para que os aviões fizessem uma passagem baixa sobre a Avenida Rio Branco. O pedido foi atendido, e os pilotos do Aeroclube, Newton Loreto e João Francisco Valle, sobrevoaram muito baixo a avenida em um voo rasante, mais baixo até que alguns andares de edifícios, causando grande emoção aos que assistiam à Parada Militar e Estudantil.
Muita gente até abaixou a cabeça com receio de ser atingida pelas aeronaves. A proeza dos pilotos entrou para a história da cidade e, também, foi punida pelo Ministério da Aeronáutica na época, que tomou conhecimento do ocorrido pelas denúncias feitas com o registro das fotos. Daí em diante, o Aeroclube nunca mais participou dos desfiles seguintes, o que causou comoção na população que já estava acostumada com o show aéreo nos desfiles.






